Tão importante quanto usar a magnificação em Endodontia é saber o que se está vendo com a magnificação. Se não prestarmos atenção nos detalhes, se não estudarmos anatomia, se não soubermos diferenciar estruturas, acaba sendo a mesma coisa que um Endodontista comprar um Telescópio para olhar o céu sem saber nada sobre estrelas, planetas. 

Neste caso clínico, achar o quarto canal (MB2) era o óbvio e o minimamente esperado de um Endodontista. Entretanto, é clara a presença de nódulo pulpar aderido sobre o assoalho da câmara. Por baixo dele podemos ver material obturador do tratamento anterior e se esse nódulo não foi removido no tratamento anterior, pode ter certeza que há a presença de bactérias nestas regiões. 

Removê-lo ou não removê-lo?  

Como no retratamento endodôntico estamos fazendo uma nova desinfecção do sistema de canais radiculares, devemos também limpar e desinfetar essas áreas pertencentes ao sistema de canais. A remoção segura deste nódulo pode ser feita utilizando o microscópio operatório associado à um inserto de ultrassom (por ex E-6D da Helse).

Retratamento endodôntico não é só trocar guta-percha por guta-percha preenchendo melhor os canais. Não é só tratar um canal esquecido pelo tratamento anterior. Nunca se esqueça dos princípios básicos biológicos, microcbiológicos e imunológicos que norteiam a ciência e a técnica endodôntica.