Mais uma vez falarei sobre acessos conservadores ou minimamente invasivos afinal é o tema da moda nas redes sociais endodônticas.

Vários trabalhos científicos já nos mostraram e continuam mostrando que acessos ninjas podem dificultar e limitar a intervenção endodôntica; aumentar o risco de fratura de instrumentos; desrespeitam princípios básicos de desinfecção além de não trazer benefício de melhor resistência ao dente tratado endodônticamente.

Todavia, o problema vai mais além. Em conversa com o Prof Dr Emmanuel Silva do RJ, relatei que as pesquisas também deveriam avaliar a qualidade restauradora desta cavidades extremamente conservadores. Estas cavidades trazem dificuldades não só para o endodontista mas também para o Dentista Reabilitador. Não é fácil introduzir o material restaurador de forma adequada principalmente sem o uso de Magnificação (Lupas ou Microscópios). Aqui no Centro de Endodontia Blantus, temos visto isto semanalmente.

Como exemplo, quero compartilhar com vocês este caso que ontem a Dra Luiza Salles fez o controle pós endodontia de 3 anos.

Este caso que eu tive o prazer de apresentar à um seleto grupo de professores no Primeiro Encontro de Opinion Leaders da Empresa Helse. Este encontro foi realizado em Indaiatuba no Vitória Hotel. Lá eu apresentei o caso mostrando as possibilidades de acessos conservadores (não ninja) e a limpeza mais tridimensional de istmos entre os canais Médio-vestibulares com a utilização de um inserto ultrassônico que era o protótipo do atual inserto Flat-Sonic.

Observem como o caso foi endodonticamente finalizado com preservação de bastante dentina sadia durante o acesso endodôntico. Com o uso do Microscópio e do inserto ultrassônico foi possível melhorar a limpeza do istmo que não havia sido tocado pelos instrumentos Reciprocs e XP-Finisher.

Como havia uma trinca superficial nas interporximais deste dente, foi indicada a restauração indireta com cobertura de cúspides. Assim foi realizado pelo reabilitador.

Todavia, na dificuldade de preenchimento da pequena cavidade coronária endodôntica (que nem “ninja”era), foi realizado um grande desgaste inutilizando todo o esforço na preservação de estrutura dentinária sadia durante o tratamento endodôntico.

Por isso devemos sempre levar em consideração que não fazemos nada sozinhos. Não podemos fragmentar a odontologia em especialidades que não se conversam e tão pouco evoluem dentro da mesma linha filosófica de diagnóstico e tratamento. Devemos sim sempre trabalhar em equipe. Ajustar a sintonia e as necessidades de cada especialidade e uma em função da outra.