A inflamação pulpar pode ter origem microbiológica, química (materiais odontológicos) e/ou física (preparos cavitários). Em grande parte dos casos, mais de um fator está envolvido.

O preparo cavitário é um fator físico que causa repercussões sobre a polpa e dela exige um processo reparacional. Em casos onde a polpa não se encontra mais com uma boa capacidade de reparo, uma inflamação pulpar irreversível irá acontecer. Esta poderá ser sintomática ou assintomática.

Neste caso clínico que apresento, o Cirurgião Dentista Reabilitador, realizou um preparo cavitário para remoção de cárie e em seguida, na mesma sessão realizou a moldagem do dente para confecção de uma restauração indireta em cerâmica.

Dias após a sessão de moldagem, a paciente desenvolveu uma pulpite irreversível sintomática levando à necessidade do tratamento endodôntico. Neste momento a restauração indireta em cerâmica já estava pronta e um acesso endodôntico convencional levaria a necessidade da confecção de uma nova moldagem e outra peça cerâmica gerando mais custos e mais de tempo de tratamento.

Há alguns poucos anos começamos a ver com uma alta frequência na endodontia o tema “acesso ninja” o qual virou “moda”na área. Como toda “moda”, ele vai e vem e necessita de tempo para uma sedimentação científica. A moda do seu uso tem sido tão forte que vem passando por cima de conceitos básicos, fundamentais na endodontia como a necessidade de remoção de teto da câmera pulpar. Este uso indiscriminado da técnica mostra que ainda não houve um amadurecimento do conceito sobre as situações clínicas em que ele pode ou até deve ser utilizado.

Accesso ninja não é para tudo, não é para todos. Não é para todos os pacientes e tão pouco para todos os profissionais. Considerações técnicas como abertura de boca do paciente, uso de acheter du cialis en ligne microscópio operatório, presença de restaurações com rompimento de crista marginal, tipo de curvatura do canal  e tipo de liga metálica da lima endodôntica a ser utilizada deveriam ser mais discutidas no campo clínico e científico.

Inúmeras vezes o acesso ninja é colocado como fundamental na odontologia “minimamente invasiva” apoiado pela teoria da maior preservação de estrutura dentinária levando a uma menor perda de resistência do dente. Entretanto, isto, até a presente data não foi cientificamente comprovado através de testes biomecânicos.

Todavia, o conceito não deixa de ser importante, não deixa de ser interessante e não deixa de ter a suas indicações precisas.

No caso que venho descrevendo neste post, este tipo de acesso tem uma indicação por proporcionar a preservação das paredes do preparo protético já realizado propiciando a instalação da prótese já confeccionada anteriormente.

Neste momento utilizei de uma tomografia realizada pela paciente para outra intenção e pude analisar tridimensionalmente a posição da câmara pulpar. Utilizando-se destes dados, do microscópio operatório e do ultrassom, realizei um acesso conservador e o tratamento endodôntico em uma única sessão.

No planejamento inicial, eu já havia acordado com o Reabilitador indicador para que este viesse à minha clínica Blantus após 1 hora e 30 minutos do início da intervenção endodôntica para que o mesmo pudesse realizar a cimentação do bloco cerâmico imediatamente após a finalização da endodontia, ainda no mesmo isolamento alcançando um selamento coronário imediato.

Como planejado, realizamos o caso de maneira precisa e dentro de um tempo clínico viável. Assim, em uma única sessão a endodontia foi realizada e o bloco cerâmico cimentado.

Seguem as imagens de cada etapa do tratamento.